19 de mai. de 2007

Abrigo dos bons - Marina Castro



ABRIGO DOS BONS
Por: Marina Castro


Agora eu percebo o barulho;
agora eu posso ser mais dono de mim.
E, quando tudo for alheio
o que'u terei por zelo
não será o orgulho!

Não me interessa encontrar a melhor dessas estradas...
Tão melhor é qualquer canto,
contando que não seja em abandono...

Espero muito de suas promessas.
As de mais valor são essas
que não prometem nada!
Tudo acontecendo por virada
(vira teu rosto, que o meu já vem com todo gosto!)

Aqui estão as boas pessoas!
Não as descobri por menos me ferirem...
Nem tão pouco, por serem mais eu.
Há no mundo uma floresta e uma flor!
Perdido encontra-se teu abrigo...
Das dúvidas
quero os sonhos
não os perigos...

Agora não temos palavras...
agora não temos olhares...
Mas também não temos maldade.
E se nossa primeira impressão e a última palavra
foram tão cegas e surdas,
talves tenha sido só pra gente perceber
o quanto é forte a nossa fragilidade por saudade.


1995

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