9 de mai. de 2007

De: Marcelo Cardos Pa: Naza

“Pra Deus nada é impossível”Era uma tarde de outono.Em meio ao burburinho do cotidiano, uma jovem buscava organizar seus pensamentos para então tranqüilizar a mente e conseguir trabalhar.Mas era tão difícil.Por mais que buscasse organizar suas idéias, em poucos instantes seu pensamento vagava entre lembranças e aflições.Desconcentrava-se e afligia-se.Sentia vontade de sair correndo para longe.No entanto, sabia que seu desconforto nada tinha a ver com seu trabalho.Além disso, não seria um lugar qualquer que lhe devolveria a serenidade perdida.Era nisso que pensava quando olhou pela janela.Nuvens espessas e escuras escondiam o sol.As montanhas próximas pareciam ter sido engolidas por densa névoa.A luminosidade do dia dava lugar à certeza da tempestade que não tardaria a cair.Sentiu seu coração ainda mais pesado.Era como se o seu estado de espírito estivesse representado pelo cenário emoldurado na janela.Quando as primeiras gotas da chuva começaram a escorrer pela vidraça ela sentiu-se mais infeliz.O desejo de chorar só foi contido pela presença dos colegas de trabalho, alheios à sua dor.Baixou novamente os olhos na tentativa de retomar o trabalho quando encontrou, entre seus pertences, um papelzinho impresso.Era uma dessas curtas mensagens que se acham dentro dos chamados “biscoitinhos da sorte”.Era singelo, mas preciso: “depois da tempestade vem a bonança.”Reencontrar, naquele momento, quando a chuva caía pesada, o bilhetinho que recebera por acaso dias antes, parecia-lhe mais do que uma simples coincidência.Afinal, sentia-se em meio a uma tempestade.Problemas sérios invadiam sua vida.Era como se uma enxurrada estivesse arrastando para longe dela sua paz e sua felicidade.Olhou novamente para o pequeno papel e o releu.No instante seguinte, olhou para fora.Pensou:“para Deus nada é impossível.”(continua...)

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