Devaneios
© Nathan de Castro
Não rabisquei poemas no teu colo,
mas deixei nele as marcas dos meus dentes,
e foram tantas marcas que o consolo
dos beijos se fazia sempre urgentes.
Não naveguei canções no teu pescoço,
mas afoguei a língua nas enchentes
dos veios transbordados no alvoroço
das chuvas de cristais incandescentes.
Hoje o silêncio é amigo dos sonetos,
que se vestem de estrelas, sem poesia,
— Poesia é o sumo doce dos teus seios —,
mas neles guardo os sonhos incompletos
e cumpro a sina e solto a cantoria,
tingindo de saudade os devaneios.
Maio 2007
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