O VÔO DO ALBATROZ
Sobre a superfície cinzenta do mar
O vento reúne pesadas nuvens
E semelhante a um raio regro
Entre as nuvens e o mar
Paira o orgulhoso albatroz
Mensageiro da tempestade
E ora são as asas tocando as ondas
Ora é uma flecha rasgando as nuvens
Ele grita...
E as nuvens escutam a alegria
– no ousado grito do pássaro
E nesse grito –
a sede de tempestade
E nesse grito as nuvens escutam a fúria
A chama da paixão
A confiança na vitória
As gaivotas gemem diante da tempestade
Gemem e lançam-se ao mar
Para lá no fundo esconder o pavor da tempestade
E os mergulhões também gemem
A eles, mergulhões é inacessível
a delícia da luta pela vida
O simples barulho do trovão as amedronta
O tolo pingüim, timidamente escondem
o seu corpo obeso entre as rochas
Apenas o orgulhoso albatroz voa...
Ousado...
Livre...
Sobre as espumas cinzentas do mar
Tonitroa o trovão
As ondas gemem na espuma da fúria
E inutilmente discutem com o vento
Eis que o vento abraça
uma porção de ondas com força
E as lança com maldade nas rochas
Espalhando-as como poeira
Respingando uma noite de esmeraldas
O albatroz paira a cantar
Como um raio negro
Rompendo as nuvens como uma flecha
Levantando espumas com suas asas
Ei-lo voando rápido
Como um demônio orgulhoso e negro...
“O Demônio da tempestade”
ri das nuvens, soluça de alegriaele
– O Sensível demônio
há muito vem escutando
o cansaço na fúria do trovão
tem a certeza de que as nuvens não escondem...
não, não escondem...
uiva o vento
ribomba o trovão
sobre o abismo do mar...
um monte de nuvens pesadas
que brilham como centelhas
o mar pega as flechas de relâmpagos
e as apaga em sua voragem
parecem cobras de fogo
Os reflexos desses raios
rastejam sobre o mar e desaparecem
Tempestade!
Breve rebentará a tempestade
Esse corajoso albatroz...
paira altivo entre os raios
E sobre o mar furiosamente urrando
Então grita
“O Profeta da Vitória”
QUE MAIS FORTE ARREBENTE A TEMPESTADE!!!
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