
RESSACA DE COTOVELOS
Por: Ébano Silva
A ressaca acordou-me,
Com o grito do estômago,
querendo beber água.
Ontem, parti
para dentro de mim...
Enchi a cara de sorrisos,
que eram apenas o disfarce
para o que havia atrás do blush;
enchi a cara de lembranças,
que me acompanharam até o banheiro sujo,
borraram-me o rímel,
olharam-me no espelho
mostrando-me quem eu ainda era...
enchi a cara com a saudade da mesma coisa,
que já foi saudade um dia inteiro,
e ontem quase me afogou,
quando tentei seguir o cubo solitário no fundo do copo.
Outra saudade, que não via desde um segundo atrás,
rodou-me pelas mãos,
aquela saudade me deixou tonta,
a saudade que ficou com a cara da decepção
me jogou no chão.
Olhei para o céu marrom,
ilusões covardes, surdas, mudas,
brilhavam ainda dentro do meu ser,
tomado pelo marrom de um dia de chuva.
Cai na cama...
E a cara cheia, acordou com a mesma sensação
de sonhos que não conseguem pegar no sono outra vez,
para me fazer esquecer,
por um segundo que ainda sou a mesma de ontem
e semana passada.
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