8 de jun. de 2007

Marco

A MENTE TORPE DO HOMEM!
-"As vezes falta-me o respeito e indiscreto cortejo seus
indeléveis seios.
Por vezes olho com olhos esticados suas coxas e pernas, imaginando as virilhas.
Outras vezes espicho o faro e sinto o perfume ácido de suas entranhas e imagino o aroma leitoso e púbere de sua pele suada no momento do urro de prazer e dor que sonho te proporcionar.
Depois disso, exausto, te olho com olhos esgotados, com o peito arfando e deito a face sobre teus pelos encantadoramente molhados.
Aí volta o respeito, me ajeito ao sofá e escondo o indiscreto volume que se insinua incomodamente.
Agora, com o olhar puro, satisfeito e respeitoso, eu, impuro e vulgar, te inquiro...
O que dizias? Onde estávamos mesmo..?"
Teu fruto, quem dera...


Quem dera eu poder cobrir tua alma todo dia
Cobrir com meu lençol de fogo e poesia
E te acordar por todas as manhãs de abril
Com cantos, súplicas e silvos do pássaro mais sutil

Quem dera eu poder ser único nas águas do mundo
O barco certo que navega manso qual vagabundo
Prá te colher dolente como náufraga entregue e pura
E te tratar prá sempre com a cura da mais doce fúria

Quem dera eu rasgar-te assim o fruto espúrio virgem
Com tal enlevo lamber fragrâncias do impuro hímen
E ao sorver teu leite casto roçar-te a barba, em mórbida vertigem
Soprar-te os pêlos. Cobrir c’ua fronha tua vergonha que os olhos fingem
Depois erguer à janela o lençol branco dando ao povo, fé
Que o fruto que comi é fruto dos maduros, fruto de mulher
Não apedrejem pois, a miserável ré...
Que dorme vaidosa, pois vaidosa é.

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