25 de mai. de 2007

INFERNO - Ébano Silva



Inferno
Por: Ébano Silva
25052007


A noite chega escurecendo o sorriso
que esconde o que o fingir não pode resitir:
estou vazio, tenho um gosto de saudade
na boca da lembrança morena dos sonhos
que acordaram chorando dentro do que morreu
e ainda insiste em manter-me vivo,
batendo, chamando por teu nome...
A raíva está latindo em meus ouvidos surdos
pela granada da realidade,
não venham dizer-me outra vez
pra esquecer o que sei apenas
pensar durante vinte e cinco horas...
Quero partir da ilha deserta
da falta que me fazes, morena...
sei que não vou sobreviver por muito tempo,
bebendo a água salgada
dessas lágrimas que beijam-me os lábios secos;
meu corpo clama por tua pele
que acariciaria a nudez da minha'alma,
saciando a fome que seca-me as ilusões;
Não quero morrer, morena!
Não posso partir sem teu perdão,
irei para o inferno dos meus arrependimentos
levando os teus olhos negros, sérios, calados...
olhos sem piedade que atiram os meus ao chão,
olhos morenos e sem piedade do meu peregrino bem querer.

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